PONTE MEDIÚNICA


"As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos sucumbir e assemelhar-nos a eles."
"...As comunicações ostensivas se dão por meio da escrita, da palavra ou de outras manifestações materiais, quase sempre pelos médiuns que lhes servem de instrumentos."
(Introdução - Item VI - L.E.)

" mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente."
(Cap..XXVI, Item 10 do E.)

- - -

Mergulhado na matéria densa pelo impositivo da reencarnação, que faculta ao Espírito o processo abençoado da evolução, graças às experiências de que se enriquece, este perde, normalmente, os contatos com a realidade donde veio, padecendo de compreensível esquecimento da vida espírita.

Os interesses gravitam, então, em torno das necessidades imediatas do plano físico;

os impositivos da "luta pela vida", quase sempre revertem a escala de valores, dando nascimento a lutas acerbas e extravagantes;

dúvidas cruéis pairam nos painéis da mente, em relação à imortalidade da alma;

inquietações e fobias surgem, avassaladoras, sombreando os dias da existência orgânica;

dissabores e enfermidades, insucessos comerciais e dificuldades econômicas induzem à loucura e ao suicídio;

empenhos por gozar a hora que passa dominam os cuidados do homem, que teme o aniquilamento da vida por falta de bases reais sobre as quais apoie as convicções da sobrevivência espiritual...

Liberando o ser de tais amarguradas situações, a Divindade concede a ponte da mediunidade, a fim de que se mantenha o intercâmbio lúcido entre os dois abismos da vida: o material e o espiritual.

Por ela retornam os Espíritos em triunfo sobre a morte, falando da vida em plenitude e apresentando o resultado das suas ações, enquanto estiveram na forma carnal.

A esperança, em razão disso, alenta o homem físico e orienta-o com segurança para o salutar aproveitamento das horas, granjeando recursos que se lhe constituirão bens inalienáveis para a felicidade.
Não existisse a mediunidade e inumeráveis problemas seriam insolucionáveis, permitindo que mais graves conjunturas conspirassem contra a criatura humana.

Sem ouvir-se, nem sentir-se a realidade espiritual de que os implementos mediúnicos se fazem instrumento, certamente grassariam mais terríveis dramas e tormentosas situações injustificáveis.

A mediunidade, colocada a serviço do bem com Jesus, enxuga as lágrimas da saudade, diminui as dores, equaciona enfermidades complexas, dirime dúvidas, sustenta a fé, conduzindo à caridade luminosa e libertadora.

Reveste as tuas faculdades mediúnicas com as vibrações superiores da prece, alicerçando-a na sadia moral e usando-a serviço da edificação de quantos sofrem.

Exercita-a com disciplina e estuda-lhe a metodologia com as luzes da Doutrina Espírita, compreendendo que ela te é concedida, não por merecimento de tua parte, que o não possuis, senão por misericórdia de acréscimo do amor de nosso Pai, a fim de que o homem não se esqueça de que sempre, na vida, edificante e enobrecido deve ser o seu comportamento, fora ou mergulhado na carne.

Toma como modelo Jesus, o Médium de Deus, que jamais se excusava, amando e servindo sempre, na condição de divina ponte entre o Criador e todos nós.

Fonte: Joanna de Ângelis - Divaldo P. Franco - Luz Viva